domingo, 16 de outubro de 2011

MANTENDO A ATENÇÃO NA HORA DO CONTO

Muitos educadores reclamam de não conseguirem manter a atenção das crianças durante uma contação de história, gerando assim uma frustração para eles e, por consequência, um desânimo para se atreverem a uma nova contação. Todos que trabalhamos ou convivemos com crianças sabemos desta inquietude natural de todas as crianças, elas estão sempre buscando encontrar ações que supram as necessidades cognitivas, suas curiosidades e, as façam se deleitar em aprender e conhecer melhor o objeto, a ação, “o novo”. Isso também ocorre com os adultos com a diferença que durante os anos vamos aprendendo, muitas vezes contra a vontade, a ficar parados e prestar atenção em um fato que esta ocorrendo ou na observação de um objeto que seja novo para o nosso intelecto.    

    Para aqueles que se proponham a contar histórias para as crianças pequenas, procurem observar o seguinte:
  • Quanto menor a criança, menos poder de concentração terá;
  • Para crianças bem pequenas a ilustração, gesticulação, colorido, sonorização, são os fatores que conseguem prender a atenção;
  • Crianças maiores seguem o ritmo da narrativa, a interação com a história ajuda muito manter a atenção das mesmas;

  • Os adolescentes valorizam mais os conteúdos, principalmente se estes estiverem ligados diretamente a sua realidade. Histórias de aventura, romances, ficção ou até mesmo o drama e a comédia são bem aceitos.
Sendo assim cabe aos “contadores de história”, buscar adequar a sua história ao seu público ouvinte. Na hora de preparar uma contação, para bebês, por exemplo, leve materiais coloridos, com texturas diferentes que eles possam tocar, sentir, leve objetos ou livros que produzam sons. Atente para não cometer exageros na hora da contação com gesticulações excessivas, evitando assustar os bebês. Vá contando e testando a aceitação dos mesmos. Histórias curtas faladas, lidas ou cantadas,  encanta os pequeninos e vai criando o hábito de ouvir e interagir na hora do conto. Crianças habituadas a ouvir histórias, desenvolvem mais a capacidade de atenção do que as outras.
A medida que o seu publico vai tendo mais idade você pode ir abrindo mão dos recursos visuais (gradativamente) e trabalhando mais com voz, corpo como se estivesse em cena sem, contudo, esquecer que a ação proposta é uma contação de história. A Arte-educadora Ana Wou, falando do seu projeto Dramacontação diz que o contador de histórias precisa conhecer técnicas teatrais para poder dar mais credibilidade ao seu “evento” e assim interagir com seus ouvintes.
Caso você tenha um publico misto, procure adequar o seu evento para atingir a todos de forma satisfatória, uma dica é inserir músicas, objetos coloridos , dramatização, durante a sua contação e buscar ações que interaja com o público, assim você ganhará minutos de atenção. Meia hora a quarenta minutos, acredito ser um bom tempo para uma apresentação de histórias mais que isso se torna cansativo e improdutivo.
Para terminar  algumas dicas: 
  • se houver, procure sempre mostrar o livro e citar o autor da história  que será ou foi contada. As crianças, sobretudo as pequeninas, precisam saber que as histórias estão no conhecimento popular mas também dentro dos livros e, assim, aprender a valorizá-los como fonte de sonhos e encantamentos;
  • não subestime as crianças, evite explicar as histórias, deixe que a imaginação de cada uma as leve a embarcar no sonho que cada história propõe;
  • a história será melhor contada quando o contador gostar da história que esta contando, por isso escolha boas histórias e, antes de contá-las, leia releia traga-a para dentro de si, para que assim você possa vivência-la no momento da contação.

By José Antonio Xavier
Pedagogo /Contador de histórias

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