domingo, 27 de novembro de 2011

MIKAI E KAKÁ - Uma lenda Indígena Brasileira

No Evento "Escola Aberta" do CEMEI Aurora Santoro aqui em Campinas, no ultimo dia 25, tivemos a oportunidade de apresentar quatro histórias (que constam no blog). No primeiro momento contamos a história Maria vai com as Outras e A Lebre e a Tartaruga e, em um segundo momento, Mikai e Kaká que eu estou postando agora e Campo Santo. Foi muito legal ter tido a oportunidade destas apresentações, principalmente Mikai e Kaká que traz uma mensagem muito importante sobre o egoísmo, a inveja e a desigualdade. Confiram a história abaixo e procurem comprar o livro de mesmo nome escrito por Hildebrando Pontes Neto - Editora Ática.




MIKAI E KAKÁ (do site Roteiro das Pedras)

 
Narra a história de um índio chamado MIKAI KAKA de cabelo liso e preto, cor de pele diferente da do branco. Vivia numa aldeia do povo Maxacalino no Vale do Mucuri, às margens do Rio UMBURANAS.

Num rancho sem paredes, os índios mais velhos ensinavam os meninos a rezar, a cantar, a fazer o arco e a flecha, a matar onça e a pintar o corpo com urucum.

Mikai Kaka era diferente. Gostava de nadar e mergulhar. Um dia, resolveu pegar peixes com as mãos, mas estava muito difícil. No tempo desses índios, segundo a lenda, eles falavam com os animais. Um dia, MIKAI encontrou um jacaré de barriga amarela. Conversaram muito e, no meio da conversa, o jacaré resolve ensinar o índio a tecer a rede e depois a pescar muitos peixes com ela. Pescavam juntos e o jacaré dava lhe uma grande ajuda com seu rabo. Tudo o que era pescado repartiam entre si e com todos da aldeia de forma bastante justa. Na aldeia, ninguém passava fome.

Como em quase todas as histórias, quando tudo está indo bem, acontece alguma coisa para atrapalhar. E de fato, um índio invejoso de nome MANHUMÃ pediu o jacaré emprestado para Mikai. Este, embora enciumado, emprestou. Manhumã foi ao rio e pegou um monte de peixes, só que escolheu os menores para o jacaré e ficou com os maiores. Foi uma partilha desigual. O jacaré descontente com a injustiça cometida pelo índio, fugiu. A partir daí, a tribo começou a ter problemas com a falta de alimentação. Mikai procurou o jacaré e nada. Às margens do rio apareceu o criador do seu povo Maxacali que lhe disse qual era a causa dos problemas da tribo e do desaparecimento do jacaré. Tinha sido o egoísmo, a inveja e a deslealdade de Manhumã. Por causa disso ia faltar peixe na aldeia. Mikai compreendeu, então, que o jacaré nunca mais voltaria.

Os índios mais velhos passam para os mais novos os seus valores, os quais devem ser respeitados . Nota-se que são contrários ao egoísmo, à inveja e à deslealdade e o que é mais importante: que o erro de um indivíduo na tribo afeta todos os demais companheiros, por isso todos têm que ser leais e solidários uns com os outros. Nota-se também a liberdade de ser o que se quer como é o caso do índio pescador. A ideologia do índio é contrária da nossa. Para o cristão, a responsabilidade pelos crimes é individual, só um é culpado e castigado. Nas comunidades indígenas todos pagam pelo erro.

Quanto ao jacaré , que ensina o índio a pescar, simboliza, a força bruta, também o papel de sedutor.

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