sábado, 17 de julho de 2010

MARIA VAI COM AS OUTRAS

Era uma vez uma ovelha chamada Maria. Aonde as outras ovelhas iam, Maria ia também. As ovelhas iam para baixo. Maria ia também. As ovelhas iam para cima. Maria ia também.
Maria ia sempre com as outras.
Um dia, todas as ovelhas foram para o Pólo Sul. Maria foi também. Ai! Que lugar frio! As ovelhas pegaram uma gripe!!! Maria pegou uma gripe também. Atchim!
Depois, todas as ovelhas foram para o deserto. Maria foi também. Ai que lugar quente! As ovelhas desmaiaram. Maria também. Uf!Puf!
Um dia todas as ovelhas resolveram comer salada de jiló. Maria comia também. Que horror! Foi, quando, de repente, Maria pensou: “Se eu não gosto de jiló, por que é que eu tenho de comê-lo?”.
Maria pensou, suspirou, mas continuou fazendo o que as outras faziam.
Até que as ovelhas resolveram pular do alto da montanha para dentro da lagoa. Todas as ovelhas pularam.
Pulava uma ovelha, não caía na lagoa, caía na pedra, quebrava o pé e chorava: mé!
E assim, quarenta e duas ovelhas pularam, quebraram o pé e choraram: mé! mé!
Chegou a vez de Maria pular. Ela deu uma requebrada, entrou num restaurante e comeu uma feijoada.
Agora, mé, Maria vai para onde caminha o seu pé.

( Livre Adaptação de Maria-vai-com-as-outras de Sylvia Orthof)

Veja mais em: Contos de todo mundo 


 
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O BICHO FOLHARAL

A onça estava cansada de ser enganada pela raposa, e mais irritada ainda por não conseguir pegá-la para poder fazer um bom guisado.
Um dia teve uma ideia: deitou-se na sua toca e fingiu-se de morta.
Quando os bichos da floresta souberam da novidade, ficaram tão felizes, mas tão felizes que correram na toca da onça para ver se a sua morte era mesmo verdade.
Afinal de contas, a onça era uma bicho danado!
Vivia dando sustos nos outros animais!
Por isso estavam todos muitos felizes com a noticia de sua morte.
A raposa porém, ficou desconfiada e como não é boba nem nada,ficou de longe, apreciando a cena.
Atrás de todos os animais, ela gritou:
_ Minha avó quando morreu, espirrou três vezes. Quem tá morto de verdade, tem que espirrar.
A onça ouviu aquilo e para demonstrar para todos que estava mesmo mortinha da silva, espirrou três vezes.
- É mentira gente! Ela tá viva!- Gritou a raposa
Os bichos correram assustados, enquanto a onça levantava furiosa.
A raposa fugiu rindo da cara da sua adversária.
Mas a onça não desistiu de apanhar a raposa e pensou num plano.
Havia uma grande seca na floresta, e os bichos para beber água tinham que ir num lago perto da sua toca.
Então ela resolveu ficar ali.
Deitada.
Quieta.
Esperando...
Espreitando a raposa dia e noite, sem parar.
Um dia, irritada e com muita sede, a raposa resolveu dar basta naquela situação.
E também elaborou um plano.
Lambuzou-se de mel e espalhou um monte de folha seca por seu corpo cobrindo-o todo.
Chegando ao lago encontrou a onça.
Sua adversária, olhou-a bem e perguntou:
_ Que bicho é você que eu não conheço?
Cheia de astúcia, a raposa respondeu:
_ Sou o bicho folharal-
_ Então, pode beber água.
Vendo que a raposa bebia água como se tivesse muita sede, a onça perguntou desconfiada;
_ Está com muita sede hein!
Nisso, a água amoleceu o mel e as folhas foram caindo do corpo da raposa.
Quando a última folha caiu, a onça descobrindo que foi enganada,pulou sobre ela.
Mas nisso, a esperta raposa já tinha fugido rindo às gargalhadas.

Conto africano


Veja mais emContos de Encantar


segunda-feira, 5 de julho de 2010

MEDO DO ESCURO

Era uma vez uma estrela que tinha medo do escuro.
- Imagine! - dizia a mãe, uma estrela grande e brilhante. - Isso é possível!?!
- Imagine! - exclamava o pai, um estrelão dos mais respeitados.
- Imagine! - repetia o sol, o chefe de todas as estrelas.
Mas o caso é que aquela estrela tinha medo do escuro.
Ela ficava o tempo todo dentro das nuvens, com a luz acesa vendo televisão.
Quando o sol ia dormir, ele apagava a luz e abria a porta da noite, por onde as estrelas deviam entrar.
- Vamos - dizia a mãe da estrelinha.
- Vamos- repetiam as outras estrelas.
- Vamos! - ordenava o estrelão, com sua voz grossa.
Mas ela não ia.
Ficava de luz acesa, às vezes chupando o dedo, com muito medo do escuro.
Então, chamaram a lua.
A lua era assim  muito jeitosa para falar com as estrelinhas.
Sabia contar histórias.
Sabia falar macio, numa voz que parecia música.
E ela foi falar com a estrela que tinha medo do escuro.
- Vamos? - chamou.
E chamou de um jeito doce.
A estrelinha olhou pra lua.
Mas não se mexeu.
- Olha - disse a lua. Você é uma estrela. E as estrelas devem brilhar.
- Mas eu tenho medo do escuro! - disse a estrelinha.
- Mas é o escuro que foge de você. - disse a lua.
- Como assim? - perguntou a estrelinha.
- Quer ver? - disse a lua.
E tomou a estrelinha pela mão e saiu do meio das nuvens e entrou pela porta da noite.
A estrelinha ia andando e, como não podia deixar de brilhar, o escuro ia ficando cada vez mais longe.
Quanto mais ela andava, para mais longe o escuro ia.
- Eu não disse? - falou a lua. - O escuro foge de você.
A estrelinha sorriu.
E não teve mais medo.

(Medo do Escuro, de Antônio Carlos Pacheco. Série Pique. Ática. Adaptado para fins didáticos.)

Abaixo segue a foto de um tapete confeccionado pela contadora de história Cristina Lazaretti, utilizado para contação da história acima.

Veja mais em: Projeto da Dani
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