sexta-feira, 14 de maio de 2010

A FLORZINHA ROSELHA




Havia num jardim várias flores, alegres, coloridas, perfumadas e encantadoras. Ainda neste jardim, havia também um velho coqueiro, já não dava mais coco nenhum, mas continuava vivendo e reclamando de tudo. Nada fazia o coqueiro feliz, afinal sentia-se meio inútil, sem motivo de existir. Todas as manhãs quando as flores se abriam para dizer bom dia ao sol, começava o seu tormento. O velho Coqueiro sentia-se mal com tanta alegria naquele jardim. A maioria das flores não se importava com os comentários tristes do coqueiro, mas uma delas que não havia formado bem seu miolinho, acreditava em tudo que ele e as outras lhe diziam. O nome dessa flor era Roselha, isso por ser VERMELHA igual groselha. Essa pobre flor com miolinho fraco ainda, pois havia nascido há pouco tempo, era chamada de miolo mole. Nome dado para os que não pensam muito sobre as coisas. Bom! O velho coqueiro se achava esperto, quase um sábio e vivia se intrometendo na vida das outras plantas e flores. Ele sempre tinha uma opinião sobre tudo, mesmo que alguém não a quisesse ele a dava. Para Roselha? Nossa! Ele cansou de opinar. A última vez ele disse a ela: - Oh! Roselha não é que eu queira falar não, mas você nessa cor vermelha é tão ruim, chega arder os olhos e sempre me lembra sangue, sofrimento. Credo! Você deveria ser AMARELA, ai sim daria gosto de ver. A florzinha ficou desesperada, no mesmo instante começou a chorar. Você que está lendo ou (ouvindo) esta estória sabia que existe fada pra tudo? É verdade! Existe até fada para flores, chamada Flora. Fada Flora não pode deixar que as flores se entristeçam, pois ficam feias e murchas. Veio ela falar com a florzinha Roselha: - Olá florzinha, por que está triste? A florzinha respondeu: - Porque sou vermelha, e isso cansa quem me olha. Quero ser de outra cor, o coqueiro acha que eu seria linda, se fosse amarela. - Está bem! Disse a fada, isso é fácil e com sua varinha de condão transformou-a numa flor AMARELA. Roselha bem que gostou da mudança, estava feliz com a nova cor, mas o Coqueiro veio logo dizendo: - Não!! Eu disse que você ficaria linda se fosse LARANJA. Pronto... Lá foi a florzinha correndo atrás da fada, pedindo que mudasse novamente sua cor. - Está bem! Disse a fada, isso é fácil e com sua varinha de condão transformou-a numa flor laranja. Ela gostou, afinal, essa cor era viva, bonita e interessante. O coqueiro sempre dizia como os outros deveriam ser, mas a maioria não ouvia suas opiniões. Na verdade para ele todos tinham que mudar, mas ele mesmo não fazia mudança alguma. A única que sempre lhe dava ouvidos era Roselha, aquela de miolinho fraco, mal formado ainda. Ela procurou novamente a fada: - Quero ser rosa, como disse o senhor coqueiro. - Está bem! Disse a fada, isso é fácil e com sua varinha de condão transformou-a numa flor ROSA. Quando o coqueiro viu Roselha rosa, sacudiu suas folhas e foi logo dizendo: - Que coisa Horrorosa! Tá doida eu disse que você ficaria linda se fosse ROXA. Lá se foi florzinha Roselha, e assim todas as vezes que o coqueiro dizia algo, lá estava à florzinha transformando-se. Você acredita? Ela um dia se transformou até na cor PRETA e BRANCA como o cocô da lagartixa, em bolinhas MARRONS como cocô de minhoca. As outras flores achavam tudo isso muito engraçado e riam sem parar. Quanto mais elas riam, mais triste ficava Roselha. Flora não tinha mais cores novas, usara todo o Arco-íris transformado Roselha em AZUL, VERDE, laranja, amarela, rosa e nada dela gostar. Flora então resolveu conversar com a florzinha: - Roselha, por que você não gosta de sua cor? - Porque o coqueiro diz que é feia. Respondeu ela. - Ah! Mas e você? Pensa como o coqueiro? Também se acha feia? Perguntou a fada. - Sabe! Dona Fada... Eu não sei o que penso de mim, somente o que os outros pensam, na verdade nunca me olhei direito. - Puxa! Então precisamos de um espelho. Com sua varinha de condão a Fada fez aparecer um espelho e nele olhou-se a florzinha. Tamanha não foi sua surpresa, ela ficou encantada com sua antiga cor vermelha e via que seu miolinho já estava quase formado. Foi nesse momento que ela sorriu e entendeu uma coisa, mas não disse nada para a fada, somente agradeceu por sua paciência. Virou para o lado em que o coqueiro velho estava e gritou bem alto: Cada um tem a cor que tem, E quem gosta de ser como é, fará os outros, gostarem também. Isso virou até uma música, muito cantada nos jardins por ai.... Cada um tem a cor que tem gostando de si, os outros gostam também.


Autora Cristina Lazaretti
Adaptação da estória - A Florzinha Enjoada

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